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Mastologia

 

Dr. Artur Coimbra & Dr Rui Artur Coimbra

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

Maternidade Dr Daniel de Matos


A Mastologia ou Senologia é a especialidade médica que trata tanto das doenças benignas quanto das malignas da mama.

Para uma mulher é angustiante descobrir que tem um nódulo na mama. O medo do cancro apavora, mas a maior parte dos nódulos da mama não são cancerosos! A doença benigna da mama compreende um largo espectro de alterações da glândula mamária, que não são forçosamente patológicas! Actualmente definem-se por alterações do desenvolvimento normal e involução - ANDI – ao contrário da anterior vulgarização do termo “doença fibroquística”, esta com uma conotação de situação patológica e preocupante para a mulher.

Além da evolução e involução normal da glândula mamária, os nódulos mais frequentes são os nódulos benignos (fibroadenomas). As alterações fibroquísticas da mama têm várias expressões clínicas, geralmente de origem involutiva, mas não implicam aumento significativo no risco de cancro da mama.

Claro está que quando se detecta um nódulo é fundamental conhecer sua origem com toda a segurança, principalmente para excluir malignidade.

Qualquer mulher com sintomas mamários “só” pensa na possibilidade de ter um cancro!

 

Auto-exame mamário

Muitas mulheres não realizam o auto-exame mamário. A observação e palpação da mama é uma prática importante e simples, tendo como objectivo conhecer as suas características e detectar, o mais cedo possível, qualquer alteração.

A mama tem três estruturas principais: a pele, o tecido subcutâneo e o tecido mamário. Esta estrutura altera-se em função da intensidade e qualidade do estímulo hormonal (estrogénios e progesterona), o que justifica as mudanças ao longo do ciclo menstrual e da vida da mulher.

 

Como fazer o auto-exame mamário?

Faça o seu auto-exame de preferência logo a seguir à menstruação. Deverá ser realizado com método para que leve pouco tempo e retire o máximo benefício.

Deverá ser feito por três fases:

1ª - Observação em frente ao espelho - primeiro com os braços caídos, depois com as mãos na anca e com as mãos atrás da cabeça.

2ª - Palpação de pé - de preferência durante o duche com o corpo molhado e com as mãos ensaboadas, levante o braço esquerdo e ponha a mão atrás da cabeça. Com a mão direita palpe cuidadosamente a mama esquerda. Repita de forma inversa para a mama direita.

3º Palpação deitada - cumpra o mesmo método utilizado para a palpação de pé.

Se o auto-exame for normal, o exame médico pode ser anual.

 

A mamografia pode ser o exame da sua vida!

A mamografia é uma radiografia das mamas em várias incidências. Não tenha qualquer receio em realizar a mamografia. As doses de radiações que se usam actualmente são muito pequenas e o exame regular não representa qualquer risco. A mamografia é um exame insubstituível na detecção precoce do cancro da mama. Só a mamografia permite detectar alterações mínimas e revelar nódulos que não são perceptíveis à palpação. Só com a mamografia é possível diagnosticar o cancro inicial.

O cancro da mama é o mais frequente cancro da mulher, mas dos que apresenta maior taxa de cura. A possibilidade de cura é tanto maior quanto mais pequena for a lesão. Se o auto-exame e o exame médico forem negativos, raramente está indicada antes dos 40 anos, salvo se houver factores de risco associados, nomeadamente casos em familiares directos. No entanto, não há inconveniente em fazer mamografias, por opção, em idades inferiores.

O principal objectivo do rastreio consiste em reduzir a mortalidade por cancro da mama. A grande maioria dos programas tem um intervalo de rastreio de 2 anos, escolha baseada nos resultados dos estudos realizados, no conhecimento da história natural do cancro da mama e nos estudos custo-efectividade realizados, embora por vezes se justifique que seja anual.

 

Epidemiologia do cancro da mama

O cancro da mama feminina é um problema de saúde pública muito importante em todo o mundo, sendo o tumor maligno mais frequente na mulher, logo seguido do cancro do colo do útero e do endométrio. Assim, a ginecologia apresenta os três cancros mais frequentes na mulher. Estima-se que um em cada dez dos novos casos diagnosticados anualmente em todo o mundo, por ano, seja um cancro da mama feminina. É igualmente a principal causa de morte por cancro na mulher, responsável por cerca de 510.000 óbitos por ano. São enormes as variações geográficas associadas à incidência e à prevalência por cancro da mama feminina. Sendo cerca de três vezes superior nas regiões mais desenvolvidas relativamente às regiões menos desenvolvidas. Na nossa população, cerca de 10% das mulheres desenvolverão um cancro da mama ao longo da sua vida!

 

Etiologia

Os factores reprodutivos são os factores etiológicos desde há mais tempos responsabilizados na etiologia do cancro da mama feminina. Um início precoce da menarca e idade avançada à menopausa («janela hormonal») estão associados com um aumento de risco. Cada ano de atraso no início da menarca parece apresentar uma redução na incidência de cancro da mama e cada ano de atraso à data da menopausa está associado a 3% no risco de cancro.

O papel da experiência da gravidez é um pouco complexo. Assim, a gravidez parece induzir um ligeiro aumento de risco a curto prazo, seguido de uma significativa redução de risco a longo prazo. Deste modo, quanto mais cedo ocorrer a primeira gravidez a termo, maior a protecção a longo prazo. Por outro lado, quanto mais avançada for a idade da primeira gravidez a termo maior o risco global, suplantando a diminuição de risco devida à gravidez. Vários trabalhos tentaram esta quantificação, com indícios de que cada nascimento reduz o risco relativo em cerca de 7%.