Pediatria
Drª. Emilia Rosa Hospital Infante D. Pedro, E.P.E. – Aveiro
A saúde dos nossos filhos começa bem antes de nascer! Começa mesmo antes de engravidar. Nesse momento, o planeamento da gravidez, o assumir hábitos de vida saudáveis e tomar os suplementos adequados e na dose certa pode fazer a diferença de uma vida saudável ou não. Estes cuidados são do foro do seu Ginecologista/Obstetra. Após o parto e até a idade adulta passa a ser o Pediatra o Especialista na promoção da saúde, vigilância e tratamento de qualquer doença. A Direcção Geral de Saúde (DGS) do nosso País, define claramente objectivos e fases que são mais adequados para promoção da saúde, prevenção e tratamento da doença.
Objectivos dos Exames de Saúde
Avaliar o crescimento e desenvolvimento e registar, nomeadamente no Boletim de Saúde Infantil e Juvenil, os dados antropométricos e outros do desenvolvimento físico, bem como parâmetros do desenvolvimento psicomotor, escolaridade e desenvolvimento psicossocial. Estimular a opção por comportamentos saudáveis, entre os quais os relacionados com: - a nutrição, - a prática regular de exercício físico, a vida ao ar livre e em ambientes despoluídos e a gestão do stress; - a prevenção de consumos nocivos e a adopção de medidas de segurança. Promover: - a suplementação vitamínica e mineral, nas idades e situações indicadas - a saúde oral - a prevenção de acidentes e intoxicações - a prevenção dos riscos decorrentes da exposição solar - a prevenção das perturbações da esfera psicoafectiva Detectar precocemente e encaminhar situações que possam afectar negativamente a vida ou a qualidade de vida da criança e do adolescente, como: malformações congénitas (doença luxante da anca, cardiopatias congénitas, testículo não descido), perturbações da visão, audição e linguagem, perturbações do desenvolvimento estaturoponderal e psicomotor, alterações neurológicas, alterações de comportamentoe do foro psicoafectivo. Prevenir, identificar e saber como abordar as doenças comuns. Sinalizar e proporcionar apoio continuado às crianças com doença crónica/deficiência. Assegurar a realização do aconselhamento genético, sempre que tal esteja indicado. Identificar, apoiar e orientar as crianças e famílias vítimas de violência ou negligência. Promover a auto-estima do adolescente. Apoiar e estimular a função parental e promover o bem-estar familiar.
Periodicidade PRIMEIRO ANO DE VIDA
1 - 3 ANOS
4 - 9 ANOS
10-18 ANOS
EXAMES DE SAÚDE OPORTUNISTAS As idades referidas não são rígidas – se uma criança procurar cuidados de saúde, por outros motivos, pouco antes ou pouco depois da idade-chave, poderá ser feito o exame indicado para essa idade. De igual modo, a periodicidade recomendada deverá adequar-se a casos particulares, podendo ser introduzidas ou eliminadas algumas consultas.
PARÂMETROS GERAIS A AVALIAR
ATÉ UM ANO DE VIDA PARÂMETROS A AVALIAR
PRIMEIRO ANO DE VIDA
CUIDADOS ANTECIPATÓRIOS
1 – 3 ANOS PARÂMETROS A AVALIAR
CUIDADOS ANTECIPATÓRIOS
4 – 9 ANOS PARÂMETROS A AVALIAR
CUIDADOS ANTECIPATÓRIOS
10 – 18 ANOS PARÂMETROS A AVALIAR
CUIDADOS ANTECIPATÓRIOS
Em todas as consultas deve-se avaliar:
A avaliação da dinâmica familiar e da rede de suporte sociofamiliar deve fazer parte das preocupações de toda a equipa de saúde, sempre que se contacta com a criança/família. No primeiro ano de vida há que prestar uma especial atenção ao estado emocional da mãe, encaminhando precocemente quaisquer alterações, que poderão interferir no desenvolvimento da criança. Nas consultas dos adolescentes, há que facilitar a acessibilidade, permitindo, aos que o desejem, serem atendidos a sós. Mesmo sem desejo expresso, perante algumas situações é fundamental assegurar a privacidade e confidencialidade da consulta.
Crianças com Necessidades Especiais As crianças com necessidades especiais de saúde exigem atenção redobrada e estratégias de intervenção de acordo com essas necessidades ou com probabilidades de ocorrência de acontecimentos indesejáveis (crianças em situação de risco). Não é possível enumerar estas situações, nem estabelecer um programa único de actuação. Cabe à equipa de saúde identificar as necessidades especiais de cada criança e definir um programa individual de vigilância e promoção da saúde que facilite o desenvolvimento das capacidades e potencialidades. As crianças com deficiência ou em risco de atraso grave do desenvolvimento e as suas famílias deverão beneficiar de programas de intervenção precoce.
REGRAS PARA O TRANSPORTE DE CRIANÇAS DESDE A ALTA DA MATERNIDADE
A segurança no automóvel é fundamental e começa mesmo antes do bebé nascer. Assim, a mulher grávida deve usar sempre o cinto de segurança, tendo o cuidado de não deixar que o cinto atravesse o abdómen. Se for à frente, deve pôr o banco na posição mais recuada, para que a distância ao tablier seja a máxima possível. Não deve viajar à frente, se o carro possuir airbag no lugar do passageiro1. Logo à saída da maternidade, o bebé deve viajar numa «cadeirinha» (sistema de retenção para crianças) voltada para trás2, presa com o cinto de segurança do automóvel, num lugar sem airbag frontal. Estas cadeirinhas estão geralmente aprovadas para serem utilizadas até aos 13 Kg. No recém-nascido é necessário, em posição de semi-sentado, amparar a cabeça com redutores de apoio de cabeça, ou com uma fralda enrolada, que se coloca entre a cabeça do bebé e o encosto lateral da cadeirinha. As crianças com idade não superior a três anos, transportadas no banco traseiro, devem ser seguras por um sistema de retenção aprovado, adaptado ao seu tamanho e peso. As crianças com idade não superior a 12 anos de idade e de altura inferior a 150 cm devem utilizar prioritariamente os lugares equipados com um sistema de retenção aprovado, adaptado ao seu tamanho e peso, salvo se o veículo não dispuser daquele sistema, caso em que deverão utilizar o cinto de segurança, se tiverem mais que três anos de idade.
1 Em muitas viaturas, o airbag frontal do passageiro pode ser desligado 2 Em caso de uma travagem brusca, só se o bebé viajar de costas para o sentido da marcha, é que cabeça, pescoço e costas serão devidamente apoiados
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